sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Lembranças de Natal...

Me recordo de muitos natais, maravilhosos, com meus irmãos reunidos na cozinha de casa (um lugar comum, adoramos cozinhar), risadas, palpites, abraços, beijos e sorrisos;
com aquele pinheiro enorme e natural na sala de casa,
que meu pai tinha o cuidado de replantar no jardim a cada janeiro, com a gritaria das crianças na rua, com aqueles amigos e vizinhos que entravam em casa sem pedir licença, e que nos carregavam para a casa do outro vizinho, e do outro...a noite toda na maior folia, , com aquela mesa farta e carinhosamente decorada, que enchia os olhos.
Me lembro também de natais tristonhos, sem mais a presença do meu pai, e faltou um pedaço do coração da casa toda, sem a presença cativante, feliz, risonha, espalhafatosa, mestre-cuca, enorme em tamanho físico e em tamanho do coração de meu mais que amado “irmãozão”... Falta agora um “pedação” do coração..
Neste Natal também, outros pedaços importante da família vão estar divididos, os pedaços mais amorosos: Meu filhote mais e mais que amado que foi junto com minha linda e abençoada mãe para a casa da mais que sempre irmã-amiga que mora na capital do estado do Paraná, um pedaço distante mais sempre presente irmão no centro-oeste de São Paulo, e uma família agora mais próxima, de outro irmão, no estado de Minas. Eles e suas abençoadas famílias.
Neste ano seremos apenas eu e meu maridão, pois os outros filhos estarão com a outra mãe, mas em meu coração já sinto a presença daqueles que não estarão aqui em corpo, mas que estarão com certeza em minhas orações.
E estão aqui meus desejos em minhas orações
Que na noite do Natal você encontre o conforto: de um ombro amigo, de um abraço, de um olhar cúmplice, de um sorriso.
Que a solidariedade, o respeito aos contrários, o convívio com o diferente, a tolerância e principalmente o amor sejam os mais preciosos presentes em baixo de sua árvore, em sua vida e na vida daqueles que te cercam.
Que você tenha sempre em mente e em coração o verdadeiro significado do Natal... Sabemos que a data em si é fictícia, mas como nem todas as pessoas celebram o nascimento do Filho de Deus em nosso mundo todos os dias (como deveria ser), aceitemos então a data de 25 de dezembro para a ”celebração.
Peço a Deus em minhas orações que me ilumine para: ser eu mesma, ter liberdade e dar amor com gratuidade. Ser humilde, viver o presente, ser bondosa, tentar ser justa, falar com Deus e trabalhar.
Agradecer, confortar, irradiar alegria, respeitar o outro, ir em frente, ter vida interior, ser otimista.
Cuidar dos idosos com respeito e amor, zelar pelo doente, ser simples, confiar em Deus, reconhecer o bem que me fazem.
Fazer-me respeitar pelo que sou, ter prudência, ter fé, não ser preconceituosa, crer, amar independentemente de raça, religião, cor, cultura.
Ser caridosa, ter dignidade, conviver com as diferenças, saber sofrer, sonhar, ser paciente.
Ter coragem, sorrir, chorar, repartir, ter firmeza e bom senso, saber que a virtude mora no meio termo.
Respeitar direitos e cumprir deveres, ser solícita, saber dar e pedir, nunca desanimar.
Dar um pouco de mim, irradiar ternura, não deixar a esperança esmorecer.
Respeitar a vida, conquistar a felicidade pela simplicidade, ser transparente, amar o inimigo, cultivar amizades. 
Reconhecer meus erros e desculpar-me por eles, sair de dentro de mim e abrir o coração, ser verdadeira, não julgar nem criticar.
Ser cada dia melhor aprender a conviver, aceitar os erros alheios, e ser tolerante.
Pedir perdão e aprender a perdoar.
É muita coisa e algumas tão difíceis de realizar! Mas é esse o maior presente que podemos nos oferecer. E é o melhor que Jesus Cristo deseja de nós... Neste, e em todos os próximos Natais, tenhamos em mente que a Santa Noite é de confraternização da família, dos amigos, e do irmão desconhecido. E acima de tudo, que o nascimento é de JESUS. Façamos nossa oração por Ele, brindemos e agradeçamos a Ele. Eis o verdadeiro espírito do Natal!
Que todos renasçamos com Cristo, em paz e com amor a transbordar de nós.
Desejo a todos um
Jesus abençoe sua vida, sua casa e seu coração, para que você possa dividir esse grande amor a todos que passarem por sua vida.
Beijos repletos de carinho.



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fazer Renascer

Hoje despertei cantarolando uma canção linda, e resolvi dar uma olhadinha a mais para ela.
Sabia sim que era de composição de Chico Buarque em parceria com o Grande Poeta Vinícius de Moraes, mas não sabia que ela datava do ano de 1971 (puxa, eu tinha 2 anos).
A letra é puro poema sim, e a melodia uma valsa doce, e creio que por ser tão delicada a composição levou o nome de “Valsinha”.
"Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu Em paz"

Fiquei divagando nos dois personagens da canção e percebendo o quanto é lindo o renascer de um amor.
Se pode muito bem imaginar esses dois como já um casal de meia idade que há muito tempo não partilhava a vida deliciosa de um casal apaixonado;
Por quanto tempo ela esperou que ele a visse?
Por quanto tempo ela esperou para se fazer bonita ao homem que ainda amava e esperava "ver" uma vez mais?
Por quanto tempo não andavam assim de braços dados?
Por quanto tempo não dançavam, não se abraçavam e não trocavam beijos apaixonados?
Há quanto tempo não se amavam?
Viver e conviver ao lado de alguém que se escolhe e que se ama é maravilhoso, é delicioso, mas é um aprendizado constante na lição de respeitar e fazer feliz, de não permitir que um se distancie do outro.
Sempre existe uma maneira para não deixar o amor se perder, mas a maioria acredita que não vale a pena tentar.

Valsem também...
Sonhem juntos...
Amem sempre ...
Digam Eu Te Amo ...

Beijinhos.



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Rir é mesmo muito bom.

Estava por estes dias lendo novamente um pequeno e muito bom livro de Mario Prata “O Diário de um Magro”, um livro que se pode ler em algumas horas, mas que deixa seu humor MUITO melhor depois que acaba, e é mesmo uma pena quando ele acaba. Resolvi reler durante os poucos momentos de folga no trabalho, e recebia vários olhares (na verdade todos os olhares) de curiosidade quando eu gargalhava em alguns momentos.
Um exemplo é um texto que ele havia publicado inicialmente em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo.
Se deleitem também.
Você é um Envelhescente?

Se você tem entre 45 e 65 anos, preste bastante atenção no que se segue. Se você for mais novo, preste também, porque um dia vai chegar lá. E, se já passou, confira.
Sempre me disseram que a vida do homem se dividia em quatro partes: infância, adolescência, maturidade e velhice. Quase correto. Esqueceram de nos dizer que entre a maturidade e a velhice (entre os 45 e os 65), existe a ENVELHESCÊNCIA.
A envelhescência nada mais é que uma preparação para entrar na velhice, assim com a adolescência é uma preparação para a maturidade. Engana-se quem acha que o homem maduro fica velho de repente, assim da noite para o dia. Não. Antes, a envelhescência. E, se você está em plena envelhescência, já notou como ela é parecida com a adolescência? Coloque os óculos e veja como este nosso estágio é maravilhoso:

— Já notou que andam nascendo algumas espinhas em você? Notadamente na bunda?
— Assim como os adolescentes, os envelhescentes também gostam de meninas de vinte anos.
— Os adolescentes mudam a voz. Nós, envelhescentes, também. Mudamos o nosso ritmo de falar, o nosso timbre. Os adolescentes querem falar mais rápido; os envelhescentes querem falar mais lentamente.
— Os adolescentes vivem a sonhar com o futuro; os envelhescentes vivem a falar do passado. Bons tempos...
— Os adolescentes não têm idéia do que vai acontecer com eles daqui a 20 anos. Os envelhescentes até evitam pensar nisso. — Ninguém entende os adolescentes... Ninguém entende os envelhescentes... Ambos são irritadiços, se enervam com pouco. Acham que já sabem de tudo e não querem palpites nas suas vidas.
— Às vezes, um adolescente tem um filho: é uma coisa precoce. Às vezes, um envelhescente tem um filho: é uma coisa pós-coce.
— Os adolescentes não entendem os adultos e acham que ninguém os entende. Nós, envelhescentes, também não entendemos eles. "Ninguém me entende" é uma frase típica de envelhescente.
— Quase todos os adolescentes acabam sentados na poltrona do dentista e no divã do analista. Os envelhescentes, também a contragosto, idem.
— O adolescente adora usar uns tênis e uns cabelos. O envelhescente também. Sem falar nos brincos.— Ambos adoram deitar e acordar tarde.
— O adolescente ama assistir a um show de um artista envelhescentes (Caetano, Chico, Mick Jagger). O envelhescente ama assistir a um show de um artista adolescente (Rita Lee).
— O adolescente faz de tudo para aprender a fumar. O envelhescente pagaria qualquer preço para deixar o vício.
— Ambos bebem escondido.
— Os adolescentes fumam maconha escondido dos pais. Os envelhescentes fumam maconha escondido dos filhos.
— O adolescente esnoba que dá três por dia. O envelhescente quando dá uma a cada três dia, está mentindo.
— A adolescência vai dos 10 aos 20 anos: a envelhescência vai dos 45 aos 60. Depois sim, virá a velhice, que nada mais é que a maturidade do envelhescente.
— Daqui a alguns anos, quando insistirmos em não sair da envelhescência para entrar na velhice, vão dizer:
— É um eterno envelhescente!
Que bom.

Sem nada a acrescentar...

Beijinhos.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Que tal arriscar???



Estive “fora do ar” por quase 3 meses, e peço perdão se me distanciei, mas foi por pura falta de tempo e até mesmo falta de inspiração... Fui recenseadora do IBGE por dois meses e ai veio a correria do casamento, que mesmo não tendo absolutamente nada de “fru-frus” e nenhuma festinha, deu um trabalhão para minha cabeça (rsrsrs). Isso sem contar as coisinhas do dia a dia, meu trabalho... foi demais. Hoje é meu último dia de folga depois de sete dias em casa, foi bom demais e pena que acabou, mas agora quem sabe meu tempo se estenda um pouquinho e eu possa estar vindo até aqui com mais freqüência.

Nas ultimas três semanas eu estava ficando um tanto maluca, mesmo sabendo que nada estava para mudar significativamente dentro do que eu já estava vivendo, mas era mais forte do que eu, mil perguntas que eu me fazia quando estava sozinha comigo (e são raros estes momentos)... estranho não é? Mas chegou uma hora em que eu tinha que decidir e vi que mesmo com mil perguntas sem respostas eu tinha que seguir, tinha que me arriscar.
Li em um livro o seguinte texto: "Quem não arrisca nada, não faz nada, não tem nada e não é nada, preso as suas certezas e vícios é um escravo, apenas o homem que arrisca é livre"Pois é... A incerteza, o "será que vai dar certo?", o medo da dor, medo da rejeição, medo da solidão, não querer ouvir o que se tem medo de ouvir, ver o que não se deseja ver, medo de ouvir um sonoro NÃO ou de ver decepção em um olhar tão querido... Tudo nos leva a não arriscar nada.
Nossa vida está estagnada, sem "brilho", sem novidades e sem um motivo que nos faça querer continuar a seguir em frente; e nem temos a motivação necessária para tentar mudar.
É exatamente nesse ponto em que deixamos nossos sonhos se perderem ou que “simplesmente” abrimos mão deles.
Vale a pena não partir para o desconhecido? Vale a pena ficar com a sensação de vazio e a certeza de que foi covarde?
Vou lhes dar o texto com alguns comentários, e se for bom prá você em algum momento, valeu a pena escrever até aqui.
“A vida é uma opção e cabe a você fazê-la. Você pode vivê-la contente ou triste. Pode ser tonto. Pode ser muito sério. Mas assuma toda a responsabilidade pela sua opção.
Se estiver aborrecido, se estiver com medo, se não gostar da vida que leva, saia dessa! Quem disse que você tem que ficar aí? Contanto que o seu coração e a sua mente estejam funcionando e o seu espírito animado, pode adotar a vida que quiser. Pode escolher. Crie uma nova. A partir de amanhã as coisas vão ser diferentes. E, depois, faça acontecer, pois só acontece em atos. Falar sobre alguma coisa é apenas o começo. A percepção é apenas a metade da solução. O resto é sair e fazer.
Escolha o modo de vida. Escolha o modo de amar. Escolha o modo de se interessar. Escolha o modo de esperar. Escolha o modo de crer no amanhã. Escolha o modo de confiar. Escolha o modo da bondade. Cabe a você. A escolha é sua. Você também pode escolher o desespero. Também pode escolher o sofrimento. Também pode escolher tornar a vida incômoda para os outros. Também pode escolher o preconceito. Porém, pra quê? Não faz sentido. É apenas autoflagelação. Mas eu lhe aviso que, se resolver assumir plena responsabilidade por sua vida, não vai ser fácil, e você vai ter que aprender a se arriscar de novo.
Quero ler-lhes isso:
 "Rir é arriscar-se a parecer tolo”
E daí? Muitas vezes digo que as pessoas me consideram um doido. Biruta é o que eu sou! Mas estou-me esbaldando, enquanto a pessoa sensata está morrendo de tédio.

"Chorar é arriscar-se a parecer sentimental”.
Não tenho medo de chorar. Choro o tempo todo. Choro de alegria, choro de desespero. Choro quando vejo gente feliz. Choro quando vejo pessoas se amando. Não me importa parecer sentimental. É difícil. Gosto disso, limpa os meus globos oculares.

 “Estender a mão aos outros é arriscar-se a se envolver”.
Que outra coisa na vida é mais importante do que se envolver? Não me quero postar numa ilha sozinho. O simples fato de vocês e eu estarmos juntos significa que fomos criados para sermos assim. Vamos dar um jeito de fazer disso uma ocasião alegre.

“Mostrar os seus sentimentos é expor a sua humanidade”.
Bom, fico contente de expor a minha humanidade. Há muitas coisas piores do que expor a minha humanidade.
“Expor suas idéias e sonhos diante do povo é arriscar-se a sua perda”.
Tudo bem. Não se pode acertar sempre. E não se pode ser amado por todos. Sempre haverá alguém que dirá: “é um chato. Vamos, Mabel, já basta disso. Vamos para casa”. E, sabem, isso é bom é é válido. Não se pode ser amado por todos, isso é um fato.

“Amar é arriscar-se a não ser amado”.
E isso também pode ser. Você gosta de amar, e não de ter alguma retribuição, senão não é amor.
 “Esperar é arriscar-se à dor”. E:
                                
 “Tentar é arriscar-se ao fracasso”.
Mas os riscos têm que ser corridos, pois o maior perigo na vida é não arriscar nada. A pessoa que não arrisca não faz nada, não tem nada e não é nada. Pode evitar o sofrimento e o pesar, mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer, viver ou amar. Acorrentado por suas certezas e vícios, é um escravo. Sacrificou o seu maior predicado, que é a sua liberdade individual. Só a pessoa que arrisca é livre.
Livro Vivendo Amando e Aprendendo (Léo Buscáglia)
Eu arrisquei por algumas vezes esses anos, errei por vezes e acertei na maioria, com uma boa pitada de medo, e na última vez que arrisquei, arrisquei para dar certo, e que seja para sempre...
Beijos e até já...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um Ser de Luz

Escrevi este texto em 2007, e apesar de estar um pouco atrasada esta homenagem, ela caberia em qualquer tempo.
Alguém ainda se lembra de quando a nossa música tinha belas vozes?
Pois é, eu ainda fiquei sem conhecer muito dessas maravilhas, mas me lembro da minha infância, meu pai e minha mãe ouviam algumas delas… Mas quero falar de uma em especial que tinha a voz linda, não agradava muitos, pois algumas de suas canções reportavam a determinada religião, mas que até hoje tem seu valor por ter sido uma das maiores intérpretes de samba do nosso país. Vamos falar de Clara Nunes… A Guerreira


“Se vocês querem saber quem eu sou, eu sou a “tal” mineira…”

Clara Francisca Gonçalves nasceu no interior de Minas Gerais, no distrito de Cedro da Cachoeira, na época pertencente ao município de Paraopeba e depois emancipado com o nome de Caetanópolis, em 12 de agosto de 1942. O pai, Mané Serrador, era violeiro e cantador de folias-de-reis. Órfã desde pequena, aos 16 anos foi para Belo Horizonte, onde conseguiu empregar-se como operária numa fábrica de tecidos.

Por essa época cantava no coral de uma igreja, ao mesmo tempo em que, ajudada pelos irmãos, concluía o curso normal. Em 1960 foi a vencedora da final do concurso A Voz de Ouro ABC, em sua fase mineira, com Serenata do Adeus (Vinícius de Moraes), e obteve o terceiro lugar, na finalíssima realizada em São Paulo, com Só Adeus (Jair Amorim e Evaldo Gouveia). Contratada pela Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, durante um ano e meio teve um programa exclusivo na TV Itacolomi. Nessa mesma época, cantava em boates e clubes, tendo sido escolhida, por três vezes, a melhor cantora do ano.

Em 1965 foi para o Rio de Janeiro e passou a apresentar-se na TV Continental, no programa de José Messias. Ainda nesse ano, após teste, foi contratada pela Odeon, que, em 1966, lançou seu primeiro LP, A voz adorável de Clara Nunes, em que interpreta boleros e sambas-canções. Em 1968, gravou Você passa e eu acho graça (Ataulfo Alves e Carlos Imperial), que foi seu primeiro sucesso e marcou sua definição pelo samba.

Em 1972, além de ter realizado seu primeiro show, Sabiá sabiô (com texto de Hermínio Bello de Carvalho), no Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, lançou o LP Clara, Clarice, Clara, com musicas de compositores de escolas de samba e outras de Caetano Veloso e Dorival Caymmi. Ainda nesse ano, gravou o samba Tristeza pé no chão (Armando Fernandes), apresentado no Festival de Juiz de Fora, que vendeu mais de 100 mil copias. Em fevereiro 1973, estreou no Teatro Castro Alves, em Salvador, com o show O poeta, a moça e o violão, ao lado de Vinícius de Moraes e Toquinho. Em 1973 gravou na Europa o LP Brasília e, no Brasil, o LP Alvorecer, que chegou ao primeiro lugar de todas as paradas brasileiras com Conto de areia (Romildo e Toninho). Em 1974, ao lado de Paulo Gracindo, atuou no Canecão, no Rio de Janeiro, na segunda montagem do espetáculo , Brasileiro, profissão esperança, de Paulo Pontes (do qual foi lançado um LP), que contava as vidas de Dolores Duran e de Antônio Maria. Em 1975, ano do seu casamento com o compositor Paulo César Pinheiro lançou Claridade, seu disco de maior sucesso.
Outro grande sucesso veio em 1976, com o disco Canto das três raças. Em 1977 lançou As forças da natureza, disco mais dedicado ao samba e ao partido-alto. Em 1978 lançou o disco Guerreira, interpretando outros ritmos brasileiros. Em 1979 lançou o disco Esperança. No ano seguinte veio Brasil mestiço, que incluiu o sucesso Morena de Angola, composto por Chico Buarque para ela. Em 1981 lançou Clara, com destaque para Portela na avenida. No auge como intérprete, lançou em 1982 Nação, que seria seu último disco. Morreu em 02 de Abril 1983, depois de 28 dias de agonia, hospitalizada após um choque anafilático ocorrido durante uma cirurgia de varizes. Neste mês comemoraria 68 anos se estivesse viva.
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha

Uma música marcou muito após a sua morte foi “Um ser de luz”, que foi gravada por sua melhor amiga a cantora Alcione (a “Marrom”)e a letra feita por seu marido Paulo César Pinheiro, João Nogueira e Mauro Duarte.

UM SER DE LUZ

Um dia
Um ser de luz nasceu
Numa cidade do interior
E o menino Deus lhe abençoou
De manto branco ao se batizar
Se transformou num sabiá
Dona dos versos de um trovador
E a rainha do seu lugar
Sua voz então
Ao se espalhar
Corria chão
Cruzava o mar
Levada pelo ar
Onde chegava
Espantava a dor
Com a força do seu cantar
Mas aconteceu um dia
Foi que o menino Deus chamou
E ela foi pra cantar
Para além do luar
Onde moram as estrelas
A gente fica a lembrar
Vendo o céu clarear
Na esperança de vê-la, sabiá
Sabiá
Que falta faz tua alegria
Sem você, meu canto agora é só
Melancolia
Canta, meu sabiá,
Voa, meu sabiá
Adeus, meu sabiá,
Até um dia

Sabiá foi o apelido mais que carinhoso que Paulo César lhe deu; e o fez por que a comparava a um sabiá. O sabiá é o pássaro de canto mais doce e profundo que existe. O sabiá-laranjeira é uma ave brasileira, das mais populares, citada por diversos poetas como o pássaro que canta no tempo do amor, ou seja, na primavera. Também conhecido como sabiá amarelo ou de peito roxo, é um dos melhores cantores do mundo… E Clara também o foi…

Veja que apenas uma de suas músicas que falava da difícil vida da escravidão, hoje fala muito de todos nós…

Fico emocionada com o amor e o prazer que ela expressava em cada música que cantava… era mesmo uma Guerreira esta mulher e uma intérprete como não se vê mais.
Sinto falta de uma voz assim tão limpa e clara.
Mas muitas fazem falta.
Canta meu sabiá, Voa meu sabiá, Adeus meu sabiá… Até um dia…

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Feliz Aniversário meu Ron, Meu Amor...

Eu não poderia deixar passar em branco...
Tá ai, apenas alguns desejos...

Eu te desejo
Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo...


E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...


Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...


Desejo!
O amor da minha vida...prá sempre
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...
 Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até
Inimigos
Prá você não deixar
De duvidar...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...


Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...


Eu desejo!
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar...

Eu desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

"Ron... Não sabia muito bem o que mais poderia dizer a você neste dia; fico sem palavras, e se tratando de você... me faltam todas...
Te amo muito."

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Miss Celie's Blues

Acordei hoje com uma música que amo na cabeça, e automaticamente me lembrei do filme que ela pertence; um dos filmes mais marcantes  que assisti...
                                                                    A Cor Púrpura...
Um drama de 1985 dirigido por Steven Spielberg, maravilhoso, que tem Whoopi Goldberg no papel principal e Danny Glover como “carrasco”...
Foi indicado em várias categorias ao Oscar.. vale a pena...lindo mesmo, e também inesquecível. Veja a quanto tempo assisti em vídeo +/- 24 anos e ainda me lembro de detalhes...
A dor da separação de quem se ama, a saudade, a indignação e a submissão, a esperança, a reação e o reencontro. Tem coisa melhor em um drama? Esse é perfeito.
O toque mais que especial são as canções, e a minha inesquecível é "Miss Celie’s Blues", que já foi gravada por Elba Ramalho, por Luiza Possi, Renato Russo, Larry Hamilton, Chaka Khan & Q Live (perfeito arranjo), entre outros...Mas prefiro e muito assistir o original (do filme)...
 A música quem canta no filme é a atriz Margaret Avery (em seu primeiro filme), interpreta uma cantora de blues, amante do “dono” de Celie, que faz uma homenagem a ela, por esta cuidar dela enquando estava doente. 
Tá ai...Aproveitem

É isso ai irmã...
Beijos...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Tenho o Brilho do Sol

Não sabia muito bem o que desejava ler para poder me inspirar a escrever alguma coisa hoje.
Naveguei por algumas páginas, e  por uns minutos a mais no “you tube”, queria alguma coisa deliciosa para ouvir e me deparei com I’ve Got Sunshine gravado por um dos maiores grupos de vocal masculino da música soul os The Temptations
“Grupo vocal dos anos 50 e 60 surgiu na cidade americana de Detroit, formado por David Ruffin, Melvin Franklin. Paul Williams, Otis Williams e Eddie Kendricks, eram os maiores tesouros da gravadora Motown.The Temptations nasceu do resultado de 2 grupos nos anos 60: o grupo de Otis Williams e de Eddie Kendricks.Eddie Kendricks e Paul Williams tinham um grupo na escola da cidade de Birmingham, Alabama, chamado "The Cavaliers with Cal Osborne and Wiley Waller". Depois que se formara, se mudaram para Cleveland onde conheceram o empresário Milton Jenkins, que montou uma banda baseada em outra que fazia sucesso em Detroit. A primeira apresentação do grupo, foi com o nome "The Primes". Em 1962, o grupo foi contratado pela Motown e não parou mais de fazer sucessos.
Entre seus maiores hits, a música "My Girl"- I’ve Got Sunshine até hoje é executada nas rádios. Em 1989, o grupo foi incluido no imortal Hall da Fama da Música.".“Retirado do site 100 anos de música”

Ta ai o presente, espero que gostem tanto qto eu...

My Girl

I've got sunshine
On a cloudy day
When it's cold outside
I've got the month of May

Well, I guess you'll say
What can make me feel this way?
My girl
Talkin' 'bout my girl, my Girl

I've got so much honey
The bees envy me
I've got a sweeter song
Than the birds from the trees

Well, I guess you'll say
What can make me feel this way?
My girl
Talkin' 'bout my girl, my Girl

Ooooh, Hoooo.

I've got sunshine
On a cloudy day
When it's cold outside
I've got the month of May

Well, I guess you'll say
What can make me feel this way?
My girl
Talkin' 'bout my girl, my Girl


“...Eu tenho o brilho do sol
Num dia nublado
Quando está frio lá fora
Para mim é como se fosse a primavera...”

Obs. Estou muito romântica ultimamente...Beijókas.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sentimento


TENHO MEDO

Tenho medo de me machucar

por isso, não me atrevo a arriscar.

Tenho medo de me envolver

por isso, não me atrevo a te ter.

Tenho medo de me iludir

por isso, nem tento te conseguir.

Tenho medo de me expor

por isso, vivo sufocando o amor.

Tenho medo de me apaixonar

por isso, estou sempre a chorar.

Tenho medo de querer

por isso, nem quero mais te ver.

Tenho medo de me abrir

por isso, estou a ponto de explodir.

Tenho medo de falar

por isso, não consigo te escutar.

Tenho medo de poder

por isso, vivo a me esconder.

Tenho medo de pedir

por isso, estou sempre a fugir.

Tenho medo de errar

por isso, nem chego a lutar.

Tenho medo de sofrer

por isso, chego a te ofender.

Tenho medo de sentir

por isso, estou sempre a resistir.

Tenho medo de mudar

por isso, eu não posso confiar.

Tenho medo de morrer

por isso, não consigo ter você.

Tenho medo de confundir

por isso, eu não posso permitir.

Tenho medo de decepcionar

por isso, não consigo te agradar.

Tenho medo de me encontrar

por isso, não vou te procurar.

Tenho medo de precisar

por isso, eu não vou me entregar.

Tenho medo de perder

por isso, não consigo combater.

Tenho medo de terminar

por isso, nem chego a começar.

Tenho medo de me apegar

por isso, eu não posso te lembrar.

Tenho medo de amar

por isso, eu não posso nem sonhar.

Tenho medo de vencer

por isso, me contento em viver.

sábado, 12 de junho de 2010

Apenas uma homenagem ao amor

Queria dizer ao mundo o quanto amo você meu amor, e deixo aqui uma homenagem a seu lindo e inquestionável dom de colocar em contos e crônicas as mais alucinantes estórias.
A nossa história começou mais ou menos assim:
Sobre estações de trem (Por Ronaldo, Ronaldo Groo ou Ron Groo (?) não tinha tua assinatura ainda.
No paraíso 01/11/2004 (foi assim que foi descrito)

"O que se pode dizer sobre estações de trem? Pode-se ambientar o que quisermos nelas, romances, perseguições, tiroteios, despedidas e encontros. Talvez não de mais pra ser original em relação às estações de trem. Pode-se dizer que são arcaicas, pode-se dizer que não são funcionais. E sim, elas são ultrapassadas, enquanto os transportes foram evoluindo, os trens se modernizando, suas estações não! Não evoluíram mesmo e então seria melhor esquece-las e não dar a elas o posto de “cenário” de quer seja lá o que for... Bom, mas também não pode ser assim. Embaixo de um destes relógios velhos de estação, velho e geralmente atrasado, a mocinha esperava por um rapaz ainda mais atrasado. E com o tempo eu sei, a mocinha descobriu que o rapaz também é atrasado. Mas fazer o que, talvez ela o ame assim mesmo. Ela olha os relógios, o de pulso e o da estação, não sabe se o que vai encontrar corresponde mesmo à foto que viu na internet (que moderno!), não dá para saber o que ela pensa.
Ele sobe as escadas, veio correndo e sabe que está atrasado. Pede aos céus para que ela ainda esteja lá, e mais, pede para que ela seja exatamente a imagem da foto que de tanto ver ele gravou na retina. Basta fechar os olhos e lá está. Ele a vê e sabe que é ela por instinto ah! Ela lhe deu a descrição da roupa que usaria, mas ele pensa “que p... será uma bata? E florida...” Ele olha aliviado, vê que o rosto de anjo é o mesmo, que os cabelos são vermelhinhos mesmo..., que graça. O rapaz chega até a grade e olha por breves segundos até que ela perceba que está sendo olhada.
Ela sorri e chega até ele, lhe estende os braços num abraço fraterno, com tudo que esta palavra encerra. Um beijinho assim no rosto e um discurso meio que preparado,”não acredito que você veio”. Ele pensa que ela deve ter ouvido isto algumas vezes já, será? Acho que não... . Não dá para saber o que ela pensa.
Aquela tarde passa entre outras surpresas boas, afinidades. Uma só decepção, eu soube que eles não puderam ver uma cachoeira destas que existem. Mas o que poderia significar uma cachoeira. É só um volume d’água e não tem nem comparação com o volume de sentimentos e descobertas que viriam a cair como cachoeira nos próximos dias. Cachoeira de sentimentos, que imagem brega! E o que importa?Ah, eles também foram gentilmente convidados a retirarem-se do Hospital Psiquiátrico do Juqueri, porém ai já é bem feito, que lugar para se paquerar pó, não poderia ter sido pior. Mas foi. Ele, antes de deixá-la ir e se refazer do dia que a surpreendera ainda fez mais uma. De joelhos no meio da estação de trens (olha ela ai de novo!) ele a pediu em namoro. E ela aceitou... , realmente não dá para saber o que ela pensa... .
Pode se dizer também que além de ultrapassadas, retrogradas e outros adjetivos negativos, elas, as estações, também são parte integrante da vida destes dois... . E não se surpreendam se por acaso um dia eu voltar a estas páginas para dizer que na mesma estação eles se casaram e que os padrinhos jogaram neles uma chuva de arroz do interior de um vagão de passageiros. Agora já não importa mesmo saber o que ela pensa. Eles já sabem o que sentem! E quem precisa de originalidade?"

Foi o maior e o melhor presente que você me deu. Ainda leio e releio por vezes sem fim, pois sinto o meu coração e os meus olhos se encherem da mesma emoção de quando a li pela primeira vez. Dá saudade.
Hoje sou abundantemente feliz ao teu lado, sinto que alegrias e felicidades mil ainda estão por bater em nossa porta.
Agora o meu presente prá você meu querido... Muito simples e nem perfeito, mas não tinha muito tempo... o mais importante está gravado dentro de mim e estará para sempre.

..."Só quero te lembrar de quando a gente andava nas estrelas, das horas lindas que passamos juntos; a gente só queria amar e amar"...
Você é minha direção.. Feliz dia dos namorados...

domingo, 9 de maio de 2010

Apenas Mãe


Mãe


As vezes não me dou por conta


Mas você mãe é peça fundamental.


A gente sempre esquece disso.


Veja,


Mamei no teu peito,


Molhei o teu colo;


Nem bem sai do parto


E já invadi teu quarto e roubei op teu sono.


Embora você sempre esteja por perto,


Eu nem sempre estou contigo.


Mãe! Não quero distância!


Mas a gente anda por ai,


buscando caminhos que você começou.


Como você tem o dom maravilhoso de perdoar,


Vai saber que a minha idade esconde a criança


Que no berço tinha um abraço


Que sem noção de espaço, ocupava o teu


E que minha vaidade oculta a vontade


De pedir o teu colo


E Nele, num sono profundo,


Esquecer-me do mundo


E rever num segundo o quanto conforto o teu colo me deu.
texto de um Poeta amigo IVO APOLÔNIO SIQUEIRA

Parabéns às mães...

Vou deixar aqui um maravilhoso(e até engraçado) texto de Pedro Bial, narrado na voz da atriz Fernanda Montenegro.
Beijos minhas lindas.


Mãe EU TE AMO